Atualmente a humanidade investe muito tempo, dinheiro e energia em um sistema que enfatiza a educação de crianças. “Infelizmente” o que podemos observar é que as escolas tem se tornado um “depósito” aonde os pais são “obrigados” a deixarem seus filhos enquanto trabalham cada vez mais horas por dia. Desde os primeiros anos de vida, muitas vezes desde os primeiros meses de vida, as crianças são deixadas aos cuidados de outras pessoas, que por mais que sejam profissionais na área, nem sempre são exemplos dos valores morais e éticos de um educador de verdade.
Com um sistema baseados em métodos e estudos generalizados, nosso país tem demonstrado alguns avanços na área intelectual, alfabetizando e “educando” um número crescente de crianças, porém, será que estas crianças estão felizes?
Em um país em que a mídia e o modelo consumista tem tanto poder, como será que está sendo o desenvolvimento emocional e espiritual de nossas crianças?
Será que este modelo mecanicista, que obriga as crianças a estudar assuntos teóricos sem aplicações práticas, que serão totalmente esquecidos em poucos anos, ainda serve?
Será que nós precisamos ensiná-los o que mais devemos aprender? As crianças são seres amorosos, inocentes, cheios de alegria, criatividade, de vontade de viver, de se aventurar… será que realmente temos algo a ensinar a eles? Seriam eles nossos alunos ou professores?
Questões como estas me fazem refletir profundamente, e a sugerir, que quem mais precisa de educação somos nós, os adultos. Nós é que precisamos aprender com as crianças, a mantermos este estado de divindade natural, vivenciando amplamente a conexão entre corpo físico, mente e espírito, honrando nosso SER. Este SER é a fonte de todas as virtudes e inteligências, de todo AMOR e Sabedoria, dos princípios da cosmoética e assistencialidade. Este SER é nossa pura realidade e é através da experiência direta com o SER que podemos nos educar de verdade.
Nós sim, precisamos nos dedicar diariamente em nosso processo de autoconhecimento, buscando através da experiência pessoal viver o propósito da vida, expressando de maneira natural nossos talentos e inteligências. O ideal é que como estudantes, nós também possamos conhecer as coisas de maneira teática, teórica e prática. 1% de teoria e 99% de prática parece um bom percentual, se levarmos em consideração que os verdadeiros aprendizados da vida, se apresentam naturalmente para cada um de nós, a cada momento. O mesmo 1 % de teoria é o espaço “cheio” da matéria, a ilusão, o “trololó”, e o mesmo 99% é o espaço “vazio”, o campo de infinitas possibilidades, o espaço entre os pensamentos aonde habita o SER, Deus.
Quando nos focamos neste SER, neste espaço vazio, tudo o que acontece em nossa vida se torna cheio de AMOR, de consciência e lucidez. Vivenciar Deus diariamente, através de nosso corpo, de nossa alma e de nossa mente, permite a percepção lúcida sobre o que é o SER, Supremo Espírito Real, a divina unidade, da qual nós somos partes indissociáveis. Nossa individualidade é o toque especial da criação, para que cada um de nós tenha a possibilidade de experimentar a criação de uma maneira completa, integral.