Há muitos anos tenho pesquisado em meu laboratório (corpo físico) as diversas relações que a alimentação tem com nossa saúde, com nosso equilíbrio físico, emocional e mental, de uma forma geral, como este hábito diário afeta nossa evolução espiritual. O que tenho percebido nestes anos de autopesquisa é que quanto mais sutil torna-se nossa dieta, mais apurada fica nossa percepção, aumentando então nosso discernimento e capacidade de mudança diante de estados emocionais alterados, especialmente o mau humor, o cansaço ou fadiga física, e a fadiga emocional e mental, o tal do stress.
Este artigo é um texto que tem um caráter mais reflexivo do que informativo, para inspirar o leitor a observar a si mesmo, encontrando pontos sincrônicos entre as ideias expostas aqui e suas experiências pessoais. Tudo o que está escrito aqui é uma mescla das minhas experiências pessoais com meus anos de estudo sobre nutrição humana e espiritualidade em geral, e principalmente das percepções dos últimos meses em que tenho praticado uma dieta mais sutil em comparação ao resto de minha vida.
Nós seres humanos, sem exceção, nascemos completamente conectados à fonte infinita de AMOR e inteligência, Deus, e aos poucos através das fortes impressões e experiências do mundo material vamos nos “afastando” desta sabedoria intuitiva de bem estar e felicidade, o estado de bom humor. Um dos grandes fatores deste afastamento nos dias atuais é a dieta do mundo moderno que inclui uma quantidade enorme de alimentos processados, produtos sintéticos que nem deveriam ser considerados alimentos, produtos de origem animal, nossas frutas e vegetais estão cheios de agrotóxicos, enfim, a dieta contemporânea é um dos principais agentes limitantes em nossa conexão com o divino.
Em nossa infância nós somos totalmente dependentes de nossos pais e família, e o único filtro que temos é o da consciência dos mesmos que escolhem os alimentos que iremos ingerir, os lugares que iremos frequentar, muitas vezes nos impondo suas decisões. Desde pequenos somos direcionados a fazer escolhas que muitas vezes não são coerentes com nossa natureza, pois cada ser humano é único, é especial, é individual, ou seja, não existe uma fórmula que se aplique à todos, nem a maioria dos humanos.
Nossa relação com os alimentos deveria ser simples, natural, como quando vemos uma fruta na árvore e sentimos um impulso imediato em comê-la. A alimentação frugal é a dieta mais natural e adequada ao ser humano que tem todo seu aparato digestivo semelhante aos dos animais herbívoros e frugais que se alimentam exclusivamente de frutas, vegetais, verduras, nozes e sementes.
Desde a infância a maioria de nós aprende a comer alimentos processados, produtos de origem animal, a maioria destes alimentos são cozidos e matam quase na totalidade as enzimas digestivas presentes naturalmente nos mesmos, eliminando parcialmente boa parte das vitaminas e outros nutrientes, e de uma maneira geral acidificando o corpo. Este estado de acidez é um ambiente favorável para o desenvolvimento de todo tipo de enfermidade, especialmente no trato digestivo, e normalmente também está associado aos estados de nervosismo e mal humor. Doenças muito comuns nos dias de hoje como a gastrite, úlcera, câncer no estômago, anorexia, bulemia entre outras são associadas aos estados emocionais alterados, ao nervosismo, ansiedade e também a alimentação rica em alimentos processados, especialmente molhos como “ketchup”, mostarda, maionese, pimentas e demais temperos picantes, aos refrigerante e alimentos estimulantes.
Com diz o Dr. Alberto Peribanez Gonzalez em seu livro “Lugar de médico é na cozinha”, “a paz é intestinal”. Não é a toa que o termo “efenzado” é utilizado para descrever pessoas com mau humor, e que em seu sentido literal significa que a pessoa está com muitas fezes em seu intestino que necessitam ser evacuadas. Uma das principais causas da prisão de ventre é a falta de fibras na dieta moderna. Estas fibras podem ser facilmente conseguidas através de uma dieta vegana, rica em frutas e vegetais, preferencialmente crus.
Os alimentos que são estimulantes do sistema nervoso também possuem efeitos acentuados sobre o humor. O açúcar, café, guaraná, chá mate, pimentas, álcool, refrigerantes, gorduras saturadas e muitos outros alimentos geram estímulos imediatos em nosso organismo que responde liberando diversos hormônios para voltar ao seu estado de equilíbrio. Estas substâncias podem facilmente gerar uma certa “dependência” física e emocional, e quando são retiradas das dietas podem causar imediatamente mudanças no ânimo, causando mau humor, irritação, sonolência, dores de cabeça, desânimo e cansaço. Estes sintomas são muito comuns em pessoas que realizam dietas “detox”, jejuns curativos ou participam de retiros de purificação. Nos primeiros dias, especialmente após muitos anos em dietas degenerativas, boa parte das pessoas experimenta um ou mais destes sintomas, que são sinais de que o corpo está trabalhando intensamente para se purificar e encontrar novamente seu equilíbrio perfeito, a saúde.
Da mesma forma que os alimentos podem nos deixar de mau humor, desconectados da fonte, eles também tem o poder de aumentar nossa conexão, nos tornando mais leves, amorosos, compreensivos, compassivos e intuitivos. A “alimentação viva” é mundialmente reconhecida como uma grande ferramenta espiritual. Baseada na ingestão de frutas, verduras e legumes, no consumo de brotos, sementes e nozes germinadas, a alimentação viva proporciona ao corpo um desgaste menor na digestão dos alimentos, que são consumidos com todas suas enzimas, mantendo seu perfil nutricional assim como foi desenhado pela Mãe Natureza.
A maioria das pessoas que se alimentam da “dieta viva” são saudáveis, alegres, geralmente estão de bom humor, com energia, disposição e procurando sempre ver o lado positivo das situações. Em minha experiência pessoal, especialmente neste ano, tenho percebido que os dias em que mais estou alinhado com meu SER divino, em estado de felicidade e plenitude são nos dias em que pratico jejum, e também quando minha alimentação é muito leve, especialmente com frutas ricas em água estruturada, saladas e vegetais crus. Também percebi que os dias em que resolvo comer alimentos cozidos fico mais cansado, sonolento e que se o faço repetidamente acabo ficando mais impaciente, com menos energia e disposição. O jejum seco, com água ou sucos sempre ajuda muito a recuperar este equilíbrio emocional e mental, além de dar um descanso para o corpo. (saiba mais sobre os diferentes tipos de jejum)
Eu poderia continuar escrevendo várias páginas sobre o assunto, mas acredito que quem leu até aqui já pode “captar o recado”. Minha sugestão para todos os que buscam aperfeiçoar suas condutas é a mesma sempre, a autopesquisa.
Faça você também este autoestudo, observe suas condutas do dia a dia e busque traçar relações entre seu estado de humor e os alimentos que você ingere, utilizando sempre a perspectiva mais holística possível para encontrar respostas que o levem ao seu estado natural de AMOR, bem aventurança, felicidade, o verdadeiro bom humor é estar em sintonia com nossa essência.
Espero que estas palavras tenham sido úteis e estou à disposição para escrever mais sobre o tema, respondendo perguntas e esclarecendo pontos mais específicos que sejam do interesse dos amigos(as) leitores. Gratidão por acompanharem estas reflexões e os outros trabalhos que desenvolvo. Que a paz seja convosco.
Mautama
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