Em estado graça divina podemos observar toda a beleza e harmonia da mãe natureza. Sentimos todo seu AMOR para conosco, nutrindo-nos em seu seio de ternura com a possibilidade da vida. Filhos da mãe terra, estamos imersos no oceano da consciência divina, e manifestos entre as ondas da vida neste planeta.
A perfeição da vida nos mostra como a natureza nos supriu desde o princípio das eras, e assim o fará enquanto durar sua manifestação. A bem-aventurança e abundância são naturais no universo, e estão manifestas através das gunas, as três qualidades básicas da criação. O estudo da manifestação das gunas e a compreensão de nossas escolhas para uma alimentação saudável são de suma importância em nosso aprendizado espiritual.
A qualidade da alimentação é algo muito sutil, e requer uma análise que transcende as propriedades químicas dos alimentos, mais precisamente uma análise das vibrações manifestas nos alimentos, que também podem ser observadas sobre o ponto de vista das gunas.
Muitas pessoas questionam os vegetarianos, veganos e praticantes de outras dietas sobre seus hábitos, se a falta da carne não será causa de futuras doenças e desequilíbrios. Ao optar por uma dieta, devemos estar conscientes dos verdadeiros motivos desta escolha, e a interpretação dos ensinamentos de Krishna é muito interessante para termos mais consciência sobre nossas escolhas alimentares.
“Alimentos que promovem longevidade, vitalidade, resistência, saúde, bom humor e apetite saudável; que agradam ao paladar, são moderadamente temperados, nutritivos e bons para o corpo: eles propiciam (contentamento sáttwico) e gozam da preferência das pessoas sáttwicas.
Alimentos amargos, azedos, salgados demais, muito quentes, de gosto picante e ardidos (propiciam satisfação rajásica) e são de preferência do temperamento rajásico. Tais alimentos geram dor, mal-estar e doença.
Alimentos pouco nutritivos, sem gosto, pútridos, rançosos, deitados ao lixo ou(por qualquer outro modo) impuros (propiciam contentamento tamásico) e são preferidos pelas pessoas tamásicas.” Bhagavad Gita (17:8-10)
Analisando os ensinamentos de Krishna podemos compreender por que a maioria das pessoas espiritualistas opta por dietas vegetarianas e afins. Os elementos sáttwicos da natureza, tem vibrações sutis, e não geram grandes turbulências no oceano dos sentidos humanos. Seu paladar agradável, e sabores mais suaves, não causam grandes mudanças nas percepções dos sentidos físicos e conseguem manter a mente concentrada na percepção divina. Os alimentos sáttwicos tendem a acalmar o corpo e limpar os canais mais sutis para que a energia flua mais intensamente através de nosso tecido nervoso. Esse relaxamento faz com que o corpo fique leve sem os desconfortos dos efeitos digestivos de dietas mais densas.
Analisando à natureza da cadeia alimentar podemos chegar a uma conclusão um tanto inusitada, mas realidade para muitos iogues e espiritualistas avançados. A base de toda nossa alimentação é Luz.
O primeiro reino participante da grande cadeia alimentar do planeta é o reino vegetal. Através da clorofila, os vegetais transformam a energia da luz solar em energia vital o que lhes confere a vida. Essa energia vital, expressa no maravilhoso tom verde característico da maioria dos vegetais, demonstra todo o amor que nossa mãe terra possui para nos suprir. Os vegetais são os alimentos que possuem a maior quantidade de luz, de energia cósmica, e seu consumo é a uma comunhão com sattwa guna.
Os alimentos que canalizam a maior quantia de luz e energia imanente, por tanto os mais sutis são as frutas e vegetais frescos. É de vital importância que os mesmos sejam orgânicos, pois os venenos são manifestações de rajoguna. Podemos incluir nos alimentos sátwwicos os cereais integrais, nozes e castanhas, e adoçantes naturais como o mel. O consumo destes alimentos, ajuda a manter o corpo físico em vibrações mais sutis, facilitando nosso contato com as energias mais elevadas de amor e consciência divina.
Este texto foi inspirado pelas explicações de Paramahansa Yogananda sobre o Bhagavad Gita |