Da mesma forma que o sangue corre em nossas veias, a energia vital imanente da natureza circula em nossos corpos mais sutis através dos nadis. Esses nadis são canais mais sutis, que funcionam como veias por onde fluem as energias de nosso energossoma, a energia cósmica ou prana. A circulação desta energia mais sutil tem seu ponto de atração em alguns encontros entres os nadis principais, que se tornam vórtices energéticos, centros de energia bastante conhecidos pelo nome de chacras.
Existem diversas teorias sobre os centros de energia e suas interações com os veículos de manifestação da consciência. Existem milhares de centros de energia, porém, grande parte dos estudiosos concorda que são sete os principais centros de energias.
Para que possamos compreender melhor a constituição dos veículos de manifestação precisamos compreender alguns aspectos que envolvem os sete principais vórtices de energia no corpo humano.
Para facilitar nossos aprendizados e vivencias com as energias dos chacras utilizaremos alguns conceitos simples que podem facilitar nosso entendimento quanto as energias de cada centro e como elas interagem com o restante de nossos corpos.
Existem em nosso corpo energético, três nadis principais, e o conhecimento destes canais de energia é a base da filosofia do Kriya-Yoga e de diversas linhas do conhecimento Oriental. O principal nadi é chamado Sushumna, e as energias circulam neste canal através de nossa coluna vertebral, partindo do cóccix e chegando ao topo do crânio.Este é o caminho da energia vital, conhecida como Kundalini Shakti. Esta força espiritual ativa cada um dos sete centros em seu caminho ascendente, ocasionando o despertar de cada um
dos corpos sutis relacionados aos sete chacras.
Convém ressaltar que a experiência pessoal é muito mais importante que os conhecimentos teóricos. Caso você ainda não tenha percebido tais energias, não se prenda a nenhum conhecimento e tente realizar as experiências práticas, e mesmo que estas apontem números diferentes de centros,assim como cores, sons e outras descrições, acredite em sua experiência, pois este trabalho ora apresentado trata-se apenas de um facilitador para o autoconhecimento.
A palavra chacra tem origem em sânscrito e sua tradução literal quer dizer roda. Estas rodas de energia movimentam a vida. Com a finalidade de honrar as origens destes ensinamentos, resolvi colocar os nomes de cada centro em sânscrito e posteriormente seu nome ocidental, bem como suas principais descrições e funções.
Muladhara – Chacra Raiz
O primeiro centro energético é o chacra raiz, situado na região do cóccix, na base da coluna vertebral. Como os outros centros, ele propaga uma cor, que representa um espectro solar específico, que no caso do chacra raiz tem a predominância da cor vermelha. Este centro está associado ao elemento terra, ao corpo físico denso, a materialidade da natureza e às reservas da energia vital. Através deste centro interagimos com o universo material. Quando o chacra base está equilibrado a prosperidade financeira e material é algo que flui naturalmente.
Segundo as tradições indianas, este chacra é visto como o lótus de quatro pétalas, e representa a atração exercida pela gravidade da matéria, criando a densidade da manifestação física. Este é o centro da sobrevivência, onde fica acumulada a energia vital em nosso corpo. Muladhara significa suporte raiz, e segundo a filosofia indiana é neste chacra que a serpente mágica Kundalini Shakti, adormece, enrolada três vezes e meia. Na busca por ser parceiro divino Shiva, a kundalini desperta e segue seu longo caminho ascendente, despertando cada um dos outros centros energéticos, criando a perfeita conexão entre os sete corpos e o SELF (SER).
Em nosso corpo físico este chacra está ligado as glândulas supra-renais, associado a região dos quadris, com o aparelho urinário, rins e órgãos genitais.
Swadisthana – Chacra Umbilical
Seguindo o caminho ascendente pela coluna do corpo energético encontramos o segundo centro de energia, chamado swadisthana, que pode ser traduzido como “nosso próprio lugar”. Ele é representado por um lótus de seis pétalas e normalmente é recebido em uma coloração em tom de alaranjado. As energias deste chacra estão relacionadas com a sexualidade, com as emoções, paixões, desejos e prazeres, e todas as demais polaridades da dualidade.
O chacra umbilical representa as energias yin-yang, que permeiam todos os universos manifestos. É a partir deste centro que nos conectamos ao segundo corpo em evolução nosso corpo energético, que vibra na dimensão energética, ou dimensão 3,5. Talvez seja esse um dos motivos que a kundalini permanece três voltas e meia enrolada no chacra raiz, esperando acessar as energias mais sutis da dimensão energética e ativar sua caminhada ascendente pela coluna.
É através deste centro que ocorre a comunhão sexual erótica, e no momento da união sexual o casal sente por alguns instantes como se fosse um só. Esse vislumbre lembra ao ser humano o verdadeiro estado divino, onde não existe mais busca, onde o SER está totalmente autorrealizado em si mesmo.
O objetivo do despertar deste chacra é transcender as águas da paixão e integrar-se totalmente ao oceano cósmico de bênçãos. As gônadas, ovários, testículos e a próstata são correspondestes físicos do chacra umbilical, que também tem ligação direta com a saúde dos intestinos. O cordão de prata normalmente é visto saindo da região do umbigo, porém segundo grande parte dos estudiosos sua energia é associada principalmente à medula oblonga e ao chacra do plexo solar.
Manipura – Chacra do Plexo Solar
Este centro é a sede do autocontrole. Vibrando intensamente na cor amarela, manipura representa a joia, o centro de nossa vontade e está associado ao elemento fogo. É através deste centro que despertamos nossa vontade para queimar todas as imperfeições do ego, queimar os obstáculos e desafios, revitalizar o corpo físico e fortalecer nosso propósito.
Para os indianos o manipura é representado pelo lótus de dez pétalas. O plexo é o local que recebe as energias do universo,
qualificando-as e redistribuindo para os demais centros. Localizado um pouco acima do umbigo, é a partir deste centro que emana o maior feixe eletromagnético que nos conecta aos demais corpos, o cordão de prata. Este cordão vital é a consciência fluídica que une nossos corpos mais sutis ao nosso veículo físico, e seu rompimento ocasiona a morte ou descarte do soma.
O plexo solar é considerado a sede de nosso corpo emocional, o psicossoma, e é o centro de nossa vontade e intenção.
No corpo físico este chacra está associado ao fígado, pâncreas, estômago, baço e abdômen. Muitas doenças se originam no mau funcionamento deste centro energético, principalmente as de origem nervosa ou emocional, como a úlcera e gastrite nervosa.
Anahata – Chacra Cardíaco
O chacra cardíaco é a verdadeira morada de Deus em nós, a conexão eterna que unifica tudo no SER, e atrai o amor incondicional e bem-aventurança. O anahata é associado ao elemento ar, e ao corpo mental do discernimento, que já transcendeu os limites da manifestação tridimensional, pronto para entregar-se totalmente a unidade da vida. Ele representa o equilíbrio divino, a transcendência da dualidade, dos sentimentos e a perfeita conjunção com o Espírito que habita cada um de nós. Este centro é a verdadeira morada do Eu divino. Seu espectro solar apresenta a predominância do verde vivo.
É o centro do amor, da cura e da conexão plena com a vida. O caminho ascendente tem sua principal base neste centro de qual devemos emanar com maior intensidade nossas energias conscienciais. Atuando conscientemente através deste centro irradiamos o amor incondicional, e demais energias que nos conectam ao intenso magnetismo da espiral evolutiva ascendente, estando prontos para prosseguir para os centros “superiores”.
O anahata é o lótus de doze pétalas e também representa nosso último veículo em evolução, o campo mental humano, mentalsoma. A partir deste centro, podemos agir livres do emocionalismo e drama, encontrando espaço pleno para o desenvolvimento do intelecto, do conhecimento e sabedoria. A consciência já livre dos desafios da dualidade está totalmente concentrada neste centro e emana a energia para os centros superiores, conectando nosso coração ao coração planetário, unindo as consciências em compaixão e discernimento.
Os pulmões, coração e seus respectivos sistemas respiratório e circulatório, a glândula do timo, são as principais associações físicas com o chacra cardíaco.
Vishuda – Chacra Laríngeo
O quinto chacra é o chacra laríngeo, situado na região da garganta, e está relacionado ao corpo mental causal, que está além do atual ciclo evolutivo da humanidade. Neste centro as energias da consciências são elevadas e inspiradas pela inteligência superior com as características da criatividade e inspiração divinas. Quando aberto, o chacra laríngeo permite a percepção de diversos fenômenos como as canalizações, a clariaudiência entre outros.
Sua cor é o azul e assim como os chacras superiores sua associação é ao elemento éter, caracterizando sua manifestação além do plano físico, representado pelos quatro elementos. É através da abertura deste centro que os iogues atingem o samadhi AUM, onde percebem a vibração eterna da manifestação física. O som de AUM penetra pelo ouvido direito do meditador, e aos poucos vibra em todas as células criando a ligação completa entre o verbo divino e o observador da experiência. Através desta experiência a energia consciencial se torna harmônica, e expressa toda a sincronização que existe em nosso universo.
Em nosso corpo físico, este centro está associado a glândula tireóide, ao esôfago, ao pescoço, garganta, ouvidos e também a voz.
Ajna – Chacra da Terceira Visão
O chacra de duas pétalas é talvez o mais conhecido, e está representado em diversas culturas e religiões como o terceiro olho. O olho de hórus, o olho que tudo vê, é o principal centro para o desenvolvimento da espiritualidade. É nesta região que a energia crística se concentra em polaridade oposta à medula onblonga.
Sua cor é o índigo, que representa a conexão humana com nossa essência divina. Segundo Paramahansa Yoganda, a medula onblonga é
a sede do ego na consciência humana e sua polaridade oposta é Kustatha Chaitanya, ou a consciência crística. Quando o chacra da terceira visão está totalmente desperto, o ser humano se torna um verdadeiro mestre. Este é o nível de consciência do Cristo, a percepção além de toda a dualidade, a transcendência da causalidade e a verdadeira conexão com a mente cósmica através da coroa.
Este centro é a área da intuição, da clarividência, da consciência do futuro e passado, da rememoração de todas as vidas. Iluminados pela
luz interior da terceira visão, podemos transcender completamente a ilusão e elevamos nosso nível à completa lucidez. Podemos perceber e comandar a energia da consciência, e enxergar a verdadeira beleza do universo interior.
Em nosso corpo físico, o ajna chacra localiza-se entre as sobrancelhas, estando diretamente ligado a hipófise, a parte inferior do cérebro, aos olhos, orelhas e nariz.
Sahashara – Chacra Coronário